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Estudos sobre as condições socioeconómicas do sector dos Media na Guiné-Bissau

4 Janeiro 2021
Estudo sobre os Media na Guiné-Bissau

Foi apresentado no dia 23/12/2020, no Centro Profissional de Jornalismo, bairro Quelelé dois estudos sobre as condições socioeconómicas do sector dos Media na Guiné-Bissau.

O Primeiro estudo centra-se sobre os Usos e Consumos dos Media na Guiné-Bissau e o segundo trata-se da realidade socioeconómica dos meios de comunicação social no país. Estes estudos tinham objectivos claros, primeiro conhecer os hábitos dos  Bissau-Guineenses em termos de uso dos media e consumo de informação, e segundo, avaliar as condições financeiras dos órgãos de comunicação social da Guiné-Bissau.

No que diz respeito ao primeiro estudo Usos e Consumos dos Media na Guiné-Bissau constatou-se que: 

A rádio é considerada o principal meio de comunicação visto que quatro em cada dez Bissau-guineense afirmam ouvir rádio diariamente. O acesso à televisão esta vedado a pelo menos 37% da população, enquanto que os jornais e a as revistas não têm muita importância para a maioria da população. Em termos de audiência, a rádio sol Mansi foi apontando como sendo a estação de rádio com maior audiência(referida por 42%da amostra), e 68% das pessoas procuram programas de informação.

A televisão da Guiné-Bissau (TGB), é o canal de com maior audiência (32%) e a RTP (14%). Notou-se que os critérios utilizados para a escolha dos canais depende da língua, da programação, da qualidade dos programas de informação ou do interesse pelos programas de entretenimento e não de critérios ideológicos como a defesa de ideias políticas próximas das do entrevistado ou defesa do seu partido político, e que 65% das pessoas que veem televisão costumam ver programas de informação. 

No que diz respeito a internet, verificou-se que 47% da população com 16 anos ou mais, já utilizou a internet pelo menos uma vez. A faixa etária que mais utiliza a internet está entre os 25 e os 49 anos, e que maior parte da conexão é feita através do telemóvel. Outro dado importante mostra que 41% dos entrevistados utilizam as redes sociais, e a grande maioria procura informação sobre a vida de familiares, amigos ou temas relacionados com a sociedade em geral.

O segundo estudo sobre a realidade socioeconómica dos meios de comunicação social no país por sua vez, revelou o seguinte: 

Em média os órgãos de comunicação social entrevistados tinham 17 trabalhadores. As redações das entidades entrevistadas são maioritariamente muito reduzidas, com cinco ou menos profissionais ao serviço. 

As despesas anuais indicadas pelos dos órgãos de comunicação social (OCS) são entre750. 000,00XOF e 33.000.000,00XOF estando a média nos 5.500.000,00XOF, e as fontes de financiamento referidas foram, prestação de serviços e parcerias com ONGs nacionais e internacionais, mas existe também um conjunto relevante de outros financiamentos.

Em relação ao tipo de apoio que os OCS receberam, 30% dos órgãos de comunicação social  declaram que receberam o apoio financeiro do Estado, com valores que variam entre 0,1M XOF  e 4M XOF. Dezoito OCS (60%) receberam das organizações internacionais valores que variam entre 0,2M XOF a 9,5M XOF.  Dez OCS (30%)  receberam apoio de cidadãos e seis OCS (20%) das empresas privadas. Além disso, foram referidos apoios como materiais de construção, equipamentos,  formação de pessoal, geradores, etc.

A receita anual de publicidade do total dos OCS que fizeram parte deste estudo é de 33,5M XOF.

No inquérito realizado a população, a maioria dos inquiridos consideraram que o jornalismo tem melhorado ao longo destes últimos três anos apesar das dificuldades fortemente presentes neste sector. 

Para a realização deste estudo foram obtidos 3572 inquéritos válidos. Os estudos foram solicitados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), e pela UNIOGBIS e foram realizados pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica Portuguesa. 

Clique aqui para ter acesso ao estudo

Estudo sobre os Media

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