Diversificar a Exportação Para Reforçar a Economia Africana
O relatório de Desenvolvimento Económico em África de 2022 da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), deixou mensagens bem claras que o continente africano necessita diversificar as suas exportações, para que possa sobreviver aos choques económicos, uma vez que o mundo enfrenta uma crise que não se via a mais de uma geração.
Segundo o estudo, quase 60% dos países da região continuam dependentes das exportações de commodities (mercadorias primárias de origem agrícola, pecuária, mineral e ambiental importantes para a produção industrial global), apesar de décadas de esforços para as diversificar. O continente exporta mais commodities hoje, comparado a uma década atrás.
Os dados fornecidos apontam que mais de 58 milhões de africanos correm o risco de cair na pobreza, considerando as questões relacionadas ao covid19 e a Guerra na Ucrânia.
Estas informações são muito importantes uma vez que o relatório indica que a dependência de commodities a longo prazo deixou os africanos vulneráveis a choques globais, e que 45 das 54 economias africanas dependem das exportações de bens primários voláteis.
Considerando os dados relacionados a exportação, que mostram que 12 países têm com principais produtos de exportação petróleo, gás natural ou carvão, 16 dependem principalmente de minerais de mineração, como ouro, cobre ou minério de ferro, os serviços que podem ser uma das soluções, representam 17% das exportações, torna-se compreensível a questão da diversificação da exportação. Portanto, existe uma necessidade de continuar a esforçar no sentido de diversificar a exportação para melhorar a economia africana.
Para ajudar a África diversificar as suas exportações, o relatório indica algumas das seguintes ações como por exemplo: Investir em serviços de alto conhecimento, como tecnologia da informação e serviços financeiros; reforçar as ligações entre os serviços e outros sectores económicos, como a indústria transformadora; alavancar o potencial das empresas africanas, especialmente as start-ups orientadas para a tecnologia.
O apelo da UNCTAD aos governos africanos para melhorar esta situação é investir mais em tecnologias e serviços. Estas medidas iriam contribuir para promover o crescimento económico, e fazer com que o continente possa fazer frente a futuras crises.