Aumenta a Violência Contra Meninas e Jovens Mulheres na Guiné-Bissau Consequências da Pandemia
É preocupante a notícia sobre o aumento de casos de violência contra meninas e jovens mulheres na Guiné-Bissau. Muitos países registaram um aumento de violência neste sentido. Um fenómeno alarmante que exige atenção e tomada de decisões para evitar a sua continuidade, assegurar o bem- estar das vítimas e construir uma sociedade melhor.
Segundo as informações fornecidas pelas organizações não governamentais(ONG) publicadas pela Lusa, notou-se um crescimento acentuado do número de casos de violência contra meninas e jovens mulheres, conduzindo a um aumento de casos de casamentos forçados e de mutilação genital feminina.
Laudolino Medina da Associação Amigos da Criança contou a Lusa que "Com a covid-19, as famílias que vivem do quotidiano viram os seus rendimentos cair e as estratégias mudam, nomeadamente através do casamento forçado com um elevado dote".
"O que é igual a vender crianças e a torná-las num objeto comercial", destacou.
A mesma fonte ainda frisou que tradicionalmente na Guiné Bissau existiam momentos em se registava um maior número de casos de casamento forçado, por exemplo o começo do jejum dos muçulmanos e a época das colheitas agrícolas. Mas ao que tudo indica, esta realidade mudou.
Laudolino Medina diz que "Agora, com a pandemia, o fenómeno tornou-se frequente e praticamente todas as semanas recebemos meninas. Umas vêm referenciadas pelas autoridades e outras aparecem pelos próprios pés".
Fatumata Djau Baldé, do Comité Nacional para o Abandono das Práticas Tradicionais Nefastas à Saúde da Mulher e da Criança da Guiné-Bissau, constatou situação similar no que diz respeito aos casos de mutilação genital feminina, "O confinamento fez aglomerar mais pessoas em casa e com as dificuldades do dia-a-dia. Os familiares tiveram mais condições para fazer outras práticas como a mutilação genital feminina", sublinhando ainda que "É preciso fazer uma leitura científica entre a taxa de mortalidade materna e infantil" e as práticas nefastas, disse, lamentando que isso apenas será feito quando o Governo perceber que abolir aqueles comportamentos é uma "causa nacional".
Num evento realizado no passado dia 21 de março, ministros, banqueiros e especialistas em desenvolvimento durante a sessão anual da Comissão Econômica para Ministros Africanos das Finanças, Planeamento e Desenvolvimento Econômico chegaram a conclusão de que "Preparar mulheres e jovens empreendedores com habilidades, recursos e orientação irá impulsionar o crescimento da África".
Perante este facto, é necessário que esta informação seja divulgada para que muitos possam conhecer o potencial real das mulheres e dos jovens africanos.
Na Guiné-Bissau, Associações e plataformas como BIOKSAN lutam diariamente para combater problemáticas relacionadas com a violência.
A agenda 2030 que visa o desenvolvimento global criando um mundo mais justo, mais inclusivo e mais sustentável, passa precisamente por eliminar este género de práticas e quaisquer outros que possam comprometer o alcance desta meta.
Veja um dos vídeos de BIOKSAN e diga não a violência!