27ª Conferência das Nações Unidas Sobre as Mudanças Climáticas (COP27)
Decorreu entre os dias 6 à 18 de Novembro a 27ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP27). Representantes de cerca de 200 países participaram do evento que tem como principal objectivo debater questões relacionadas as alterações climáticas, o aquecimento global, a redução de utilização dos combustíveis fósseis, bem como realçar a importância da solidariedade entre os países e o acordo climático de Paris.
Durante vários dias cerca de 35 mil pessoas, incluindo representantes do governo, observadores e sociedade civil, estiveram reunidos para discutir e analisar soluções ligadas aos vários problemas climáticos. A urgência em implementar ações face a emergência climática não deixa dúvidas: É preciso agir rapidamente. Para o secretário geral da Nações Unidas “Já estamos a meio caminho entre o Acordo Climático de Paris [2015] e o prazo de 2030. Precisamos de todas as mãos no convés para impulsionar a justiça e a ambição”.
Um dos principiais pontos que marcaram esta conferência, foi o discussão acerca do financiamento por parte dos países ricos para com os países em via de desenvolvimento para ajudar estes países a mitigar as consequências das alterações climáticas. Após intensas negociações, os países chegaram a um acordo sobre a criação de um mecanismo de financiamento para compensar as nações vulneráveis por 'perdas e danos' causados pelo clima desastres induzidos.
A transição energética que incentiva o aumento da produção e consumo de energias renováveis continua a ser um dos pontos chaves, pois ela é fundamental para a redução de emissão de gases carbónicos. Segundo o secretário geral das Nações Unidas António Guterres é necessário “um pacto em que todos os países fazem um esforço extra para reduzir as emissões nesta década em linha com a meta de 1,5 grau. E um Pacto para mobilizar, juntamente com instituições financeiras internacionais e o sector privado, apoio financeiro e técnico para grandes economias emergentes acelerarem sua transição para energias renováveis.”
Entre várias iniciativas que marcam o COP27, algumas podem ser destacadas como por exemplo:
- Foi lançado pela liderança egípcia a iniciativa Food and Agriculture for Sustainable Transformation ou Fast, para melhorar a quantidade e a qualidade das contribuições financeiras climáticas para transformar a agricultura e os sistemas alimentares até 2030, bem como, um plano mestre para acelerar a descarbonização de cinco grandes sectores – energia, transporte rodoviário, aço, hidrogênio e agricultura, apresentado pela presidência egípcia da COP27.
- A ONU anunciou o Plano de Ação Executivo para a iniciativa Alerta Precoce para Todos, que prevê novos investimentos entre 2023 e 2027
- Foi lançado o primeiro relatório do Grupo de Especialistas de Alto Nível sobre os Compromissos de Emissões Líquidas Zero de Entidades Não Estatais.
É salientar que esta foi a primeira COP dedicada à agricultura que contribui com um terço das emissões de gases do efeito estufa, daí a sua importância como parte do problema e da solução.
De um modo geral, pode-se dizer que alguns dos temas centrais abordados nesta conferência foram: Emissões na área da construção civil; Crianças em risco após inundações; Necessidade de aumento de investimentos para adaptação e mitigação; Reflexão global sobre o fim dos combustíveis fósseis; Desafios e soluções agrícolas face as mudanças climáticas; Aquecimento global; Proteção da biodiversidade; Acordo de Paris; Riscos climáticos, incluindo perdas e danos causados.
Veja abaixo o discurso de António Guterres durante o discurso de abertura da COP-27 onde falou sobre os impactos das mudanças climáticas para os próximos anos.